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AÇÃO SOCIAL SEGUNDO MAX WEBER (2º ano)



Segundo os ensinamentos de Maria Cristina Castilho Costa:


... o ponto de partida da Sociologia de Weber não estava nas entidades coletivas, grupos ou instituições. Seu objeto de investigação é a ação social, a conduta humana dotada de sentido. Assim o homem ganhou, na teoria weberiana, significado e especificidade. O homem dá sentido a sua ação social: estabelece a conexão entre o motivo da ação, ação propriamente dita e seus efeitos. (p. 63).


Desta forma, em contraste ao que apregoava Emíle Durkhein, Max Weber tinha como objeto de estudo a “ação social”. Sendo essa qualquer ação realizada por um sujeito em um meio social que possua um sentido determinado por seu autor, pois, para ele as estruturas sociais são constituídas a partir das ações dos indivíduos, os quais são livres para realizar escolhas e orientam suas condutas com referência à ação de outros indivíduos.


Por "ação" deve-se entender como uma conduta humana (que pode consistir num ato externo ou interno, numa condição ou permissão) sempre que o sujeito ou os sujeitos da ação envolvam-na de um sentido subjetivo. A "ação social", portanto, é uma ação em que o sentido indicado por seu sujeito ou sujeitos, refere-se à conduta de outros, orientando-se por esta, em seu desenvolvimento.

(WEBER, Max. Ética Protestante e o Espírito Capitalista. 4ed, 1985)


Nesse pensamento, Weber busca afirmar que o objeto da sociologia seria a busca pelo entendimento a cerca do sentido da ação humana, pois seria esse, o objeto de pesquisa capaz de oferecer a compreensão ideal para os fenômenos sociais. Uma vez que, tudo que ocorre na sociedade é mercado por ação ou ações sociais, que por sua vez são dotadas de sentidos e conteúdos simbólicos.


Portanto, podemos concluir que, as ações sociais dos indivíduos são dotadas de sentidos e formuladas na própria sociedade. Sobrepese que, só existe ação social quando o indivíduo estabelece algum vínculo comunicativo e social com outros indivíduos.


Para estabelecer parâmetros para estudos Weber estabelece o conceito de “tipos ideais de ações sociais”, que será um instrumento que orientará a investigação e a ação do ator. O tipo ideal refere-se a uma construção mental da realidade, onde o pesquisador escolhe ou seleciona um determinado número de características do objeto em estudo, a fim de, construir um “todo tangível”, ou seja, um TIPO. Esse tipo será muito útil para classificar os objetos de estudo. Por exemplo, quando pensamos em democracia temos em mente um conjunto de características em nossa mente dando origem a um todo idealizado (o Tipo Ideal).


Um conceito ideal é normalmente uma simplificação e generalização da realidade. Partindo desse modelo, é possível analisar diversos fatos reais como desvios do ideal: Tais construções (…) permitem-nos ver se, em traços particulares ou em seu caráter total, os fenômenos se aproximam de uma de nossas construções, determinar o grau de aproximação do fenômeno histórico e o tipo construído teoricamente. Sob esse aspecto, a construção é simplesmente um recurso técnico que facilita uma disposição e terminologia mais lúcidas

(WEBER, citado por BARBOSA; QUINTANEIRO, 2002: 113).


Considerando tudo isso, Weber estipulou quatro tipos ideais de ações sociais: a ação racional com relação a fins, a ação racional com relação a valores, a ação afetiva e a ação tradicional.


- Ação racional com respeito a fim: é aquela em que o indivíduo tem um objetivo que orienta sua ação. Este objetivo tem caráter racional. Os fins das ações sempre levam em consideração os meios para realizá-los. Uma ação visando uma promoção profissional ou um aumento de rendimentos poderiam ser exemplos de ação racional.


- Ação racional com respeito a valores: toda ação racional que se orienta pelo valor ético ou religioso, sem um fim material, mas a ação se dá de forma consciente, como ma participação em um culto, por exemplo. Se for um culto realizado de forma isolada, com o indivíduo em sua casa, por exemplo, não será ação social.


- Ação afetiva: ações que se guiam exclusivamente pelas emoções e sentimento, sem levar em consideração os meios para atingir os objetivos. Uma ação de um sujeito apaixonado, por exemplo, poderia ser exemplo extremado de ação afetiva.


- Ação tradicional: são as ações que se movem pelo peso do passado, se guiam pelas tradições e costumes. Desfiles de independências, festas comemorativas a nação ou a tradição são ações, por exemplo que se guiam pelo passado e pelo costume.


Como já citei acima, tanto Marx como Durkheim tem sempre como ponto de partida a análise a sociedade, Weber, ao contrário, abre em seus estudos, espaço para o indivíduo. Desta maneira, a sociedade não é tão forte, esmagadora e determinante como em Durkheim, onde tudo tem uma função social (fato social), nem parte de uma luta de classes (burguesia x proletariado), como em Marx. Sua teoria tenta abranger diversos aspectos da realidade social, desde a questão cultural como também a questão política.

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