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Semana da Pátria - PATRIOTISMO, UM SENTIMENTO EM EXTINÇÃO?


O que é um patriota?


O patriota é aquele que ama seu país e procura servi-lo da melhor forma possível. Na acepção contemporânea, é um cidadão pensante, não fanático pela pátria, mas, disposto a participar de mudanças que conduzam, de fato, a comunidade onde vive para um patamar de vida melhor.

Nesse contexto, os símbolos nacionais têm seu significado histórico, a Bandeira, o Hino, o Selo e Brasão não são coisa do passado.


Patriota é o cidadão que observa o lema “ordem e progresso”, estampado em nossa bandeira e evidencia o valor e o objetivo que os brasileiros deveriam abraçar com prioridade. Mas percebe também que uma coisa é a teoria, outra, a prática.


Infelizmente, nos atuais dias, a letra do hino nacional ´de forma literal é pouco conhecida e cantada corretamente por somente uma parcela da população. Há repartições públicas que nem mesmo hasteiam a bandeira nacional apesar de receber seus recursos dessa pátria chamada Brasil, não a valorizam.


Bandeira nacional à mostra somente no período de Copa do Mundo ou Olimpíada, mais comércio que amor.

Segundo o filósofo norte-americano Richard Rorty, “o patriotismo é uma forma de orientação política”, talvez por isso estejamos tão desorientados. Por aqui, os estudiosos do fenômeno são unânimes: o sentimento patriótico está em extinção no Brasil. E isso não é bom, pois sinaliza uma série de diversos problemas.


Confusão com a ditadura


Para o jornalista e historiador Heródoto Barbeiro, da Rádio CBN e TV Cultura de São Paulo, circunstâncias históricas fragilizaram o sentimento patriótico em nosso país. “A ditadura militar se apropriou dos símbolos nacionais. Então, a oposição e quem era contra a ditadura rechaçaram completamente essas demonstrações cívicas”, explica Barbeiro. Ao nosso crivo uma atitude, muita da vezes, extremista.


Perspectiva semelhante é da psicóloga social Nanci Gomes, da Universidade Metodista de São Paulo. “Após a ditadura militar, ocorreu em nossa sociedade um movimento para abolir a expressão do nacionalismo e desvincular os símbolos nacionais do exercício da cidadania”, afirma Nanci.


O procurador de Justiça, Roberto Liviano, membro do Movimento do Ministério Público Democrático e secretário geral da Federação de Associações e Juízes para a Democracia da América Latina e Caribe, diz que a ausência de patriotismo é um fenômeno que vai além de nossas fronteiras e tem a ver com a febre do individualismo. “As pessoas deixaram de colocar o interesse coletivo como prioridade, fazendo prevalecer os interesses individuais”, aponta o procurador. Nesse contexto um fato da sociedade orgânica segundo Emile Durkhein, reforçado pela sociedade individualista do capitalismo.


Educação


Heródoto comenta que: “É hora de entendermos a expressão patriotismo sob o olhar da cidadania, e não de uma classe social, que se apropria disso e aqueles que forem contrários à sua perspectiva são tidos como anti-nacionalistas, anti-brasileiros e por aí afora”. “O patriotismo não é para ser imposto, mas sim conquistado pelas pessoas por meio de acesso a educação de boa qualidade, emprego, vida digna”, enfatizando que é preciso manter essa questão longe do uso político.


Civismo saudável


Nos dias de hoje, o que seria então um bom, equilibrado e saudável patriotismo? Para a psicóloga social Nanci, necessariamente algo capaz de motivar sentimentos e atitudes de todo povo em decorrência não apenas de sua identificação com os tradicionais símbolos nacionais, mas de sua percepção, enquanto coletividade, que o país e seus governantes valorizam as pessoas, combatem a corrupção, promovem participação e inclusão de todos os nacionais no acesso às riquezas, no respeito à natureza e desenvolvimento econômico que resulta em ordem e progresso.


“É preciso promover um amplo projeto de desenvolvimento nacional. O verdadeiro patriotismo acontece quando não houver, por exemplo, crianças pedindo esmolas nas ruas”, resume a docente.

Dessa maneira, como cidadãos efetivos, devemos ter o compromisso de não deixar o sentimento de patriotismo morrer.


Patriotismo: Identificação com a Pátria e formação cidadã


“A identificação com os valores da pátria faz toda a diferença na formação do cidadão. Sem essa identificação o indivíduo não exerce a cidadania sequer no seu lar, na sua rua, no seu bairro, na sua cidade e no seu estado, quanto mais na defesa do País.” Assim relaciona Antonio Fernando Pinheiro Pedro cidadania com sentimento de identificação, do indivíduo com o meio em que vive.


Para o advogado e consultor ambiental, sem esse “sentimento de pertencimento, não há como exercer o indivíduo a sua cidadania”.


” Grande parte dos problemas relacionados à educação e ao civismo, está justamente na falta de ambientação dos jovens no bairro onde moram. O avanço da conurbação urbana, desacompanhada da presença efetiva do governo na melhoria das condições de vida da população, sem infraestrutura, educação, e sem criação de espaços de lazer, arborização e segurança, faz com que imensos espaços sejam destinados à marginalidade, relegados a bairros-dormitórios, destinados ao desprezo dos próprios ocupantes”.


“Pergunto, que sentimento podem os jovens nutrir pelo pedaço de chão onde vivem, se não se sentem queridos ali, pelo Estado que os gerencia?”


“De toda forma”, alerta o advogado, “devemos resgatar o patriotismo a partir da educação básica, pois, se o governo, hoje, nada entende desse assunto, a geração educada com esses valores poderá mudar a situação e reivindicar, com amor à pátria, as mudanças necessárias para dignificar a Nação.”


Texto reformulado do original retirado do site: http://www.ambientelegal.com.br/patriotismo-um-sentimento-em-extincao/


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