Solidariedade Social segundo Durkhein
Durkheim trabalha a questão da solidariedade (diferente do conceito cristão, sendo para ele o elo (ligação) entre os indivíduos na sociedade, de forma direta e indireta). Na obra "De la Division du Travail Social", Durkheim buscou esclarecer que a existência de uma sociedade, bem como a própria coesão social, está baseada no grau de consenso produzido entre os indivíduos. Esse consenso produzido ele chamou de solidariedade.
Para Durkheim existem dois tipos de solidariedade: a mecânica e a orgânica.
Tipo mecânica: não é característica das sociedades modernas, mas somente nas primitivas.
É visto mais nas situações de comunidade, pois todos se conhecem. Possuindo ligações próximas, como uma mesma religião
Todas as necessidades são satisfeitas com utensílios mínimos, sendo as mesmas dispostas pela divisão social do trabalho. Exemplo: tribo indígena. As divisões do trabalho não dividem muito as pessoas. Por exemplo, homem caça e mulher cozinha!
Nas palavras de Aron (1999): A solidariedade mecânica é (...) uma solidariedade por semelhança. Quando esta forma de solidariedade domina uma sociedade, os indivíduos diferem pouco uns dos outros. Membros de uma mesma coletividade assemelham-se porque experimentam os mesmos sentimentos, porque aderem aos mesmos valores(...).
É possível fazer uma analogia com um relógio, pois o mesmo funciona com engrenagens, com todas funcionando em conjunto, mas realizando funções praticamente iguais, os valores são parecidos. Cada um possui seu papel, mas as diferenças são poucas. Por comparar a sociedade e seus comportamentos com as engrenagens de um relógio, Durkheim fala que estas sociedades se baseiam na solidariedade mecânica.
Solidariedade orgânica. Desta vez Durkheim compara a sociedade com um organismo humano, pois o mesmo se baseia em vários órgãos, mas diferentes uns dos outros. Os papéis dos órgãos são muito diferentes entre si, como por exemplo, as funções do coração não são iguais às do pulmão. Entretanto agem em conjunto para funcionamento do corpo por inteiro.
Aron (1999) nos mostra: A forma oposta de solidariedade, dita orgânica, é aquela em que o consenso, quer dizer, a unidade coerente da coletividade, resulta da, ou é expressa pela diferenciação. Os indivíduos já não são semelhantes, mas diferentes; e de certo modo, é porque são diferentes é que se realiza o consenso.
Nesse tipo de solidariedade cada indivíduo possui uma especialização para exercer. Um papel exato para exercer na sociedade. Como o médico, o professor, o operário etc.
Os indivíduos não se conhecem, são completamente diferentes uns dos outros, mas dependem das funções mutualmente. O único elo são as tarefas, são as mercadorias.
Por se parecer com um organismo humano, Durkheim chama de solidariedade orgânica. É uma característica das sociedades modernas, frutos do capitalismo.
Durkheim defende que cada vez mais que aumenta o caráter de individualização mais a sociedade se fortalece. Diferente de Marx, par quem o excesso de individualização traz uma anomia (caos, fim de uma sociedade) a especialização ajudaria a evitar o caos social, pois as tarefas seriam mais ampliadas. Exemplo: um professor que mora sozinho e por querer economizar também faz a sua comida, lava sua roupa e arruma sua casa. Contudo, caso ele se especialize mais só no estudo e contrate uma cozinheira, uma lavadeira e alguém para arrumar sua casa, mais indivíduos entrarão no processo de individualização. O professor deixará de precisar saber lavar roupa e os outros processos. A vida ficará restrita somente, a saber, dar aula. Durkheim disse que isso vai fortalecer a sociedade.
Durkheim trabalha em cima do indivíduo, dos papéis que os mesmos exercem na sociedade, enquanto Marx trabalha sobre as classes sociais.